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quinta-feira, 2 maio, 2024

Faustão ocupava 2º lugar na fila para transplante; 1º lugar recusou coração

Fausto Silva, 73, ocupava o segundo lugar na fila de prioridade para transplante de coração, mas o apresentador conseguiu ser transplantado neste domingo (27) após a equipe transplantadora do paciente que ocupava o topo da lista recusar o órgão. As informações são da Central de Transplantes do Estado de São Paulo.

Segundo a Central, o coração foi doado durante a madrugada deste domingo. O sistema informatizado da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo localizou 12 pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante, dos quais quatro apareciam como prioritários —Fausto em segundo.

O órgão foi ofertado ao paciente que ocupava o topo, mas a equipe transplantadora do paciente recusou o coração — a secretaria não informou o porquê da recusa. Vale destacar que recusas podem acontecer por potenciais incompatibilidade entre receptor e doador.

“A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção”, diz a Central.

A central também informou que o tempo de espera para transplante cardíaco para receptores do grupo sanguíneo B, que é o caso de Faustão, é de um a três meses. Entretanto, pacientes com quadro grave de saúde, a exemplo do apresentador, têm reduzido significativamente o tempo de espera devido ao risco de morte.

A explicação do transplante de Faustão acontece concomitantemente com comentários em redes sociais questionando a rapidez com que o apresentador havia conseguido o coração. “Ser rico deve ser muito bom”, escreveu um usuário, enquanto outro postou: “Nunca duvide do poder de compra de um bilionário”.

Em resposta a essas mensagens, João Guilherme, filho do apresentador, republicou postagem do amigo, Enzo Celulari: “1 – Seguimos em oração pela rápida recuperação do nosso querido Fausto após a realização do transplante bem-sucedido. 2 – Informem-se antes de julgar”.

O anúncio da inclusão de Faustão na fila do SUS por transplante de coração foi feito há sete dias, em 20 de agosto.

Faustão transplantado

Internado desde 5 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Fausto Silva fez cirurgia para receber o novo coração em 27 de agosto. O apresentador estava em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração, o que lhe colocou na lista de prioridades

“O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”, Hospital Albert Einstein.

Segundo o Einstein, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo contatou o hospital na madrugada deste domingo para informar sobre o coração para ser transplantado no apresentador. Após a avaliação de compatibilidade do órgão, a cirurgia foi realizada e durou cerca de 2h30.

Procurados, Luciana, que é mulher de Faustão e, João Guilherme, filho do apresentador, afirmam que não vão se pronunciar neste momento.

A reportagem questionou o Hospital Albert Einstein sobre a cidade e estado de onde veio o órgão e também se há riscos após a cirurgia. O hospital afirmou que, por enquanto, só poderia informar o que fora divulgado no boletim médico. O hospital afirmou ainda que não tinha outras informações a passar após ser questionado que o doador de Faustão teria sido um homem de 35 anos.

Após a cirurgia, o Ministério da Saúde explicou que Faustão era um paciente prioritário para transplante devido à gravidade do caso. Segundo a pasta, entre os dias 19 e 26 de agosto 11 pessoas passaram por transplantes de coração no país, sendo que sete foram em São Paulo, estado que concentra o maior número de transplantes no Brasil.

O Ministério da Saúde também afirmou que a lista de espera para transplantes é a mesma tanto na rede pública quanto na privada. A ordem de preferência obedece a critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.

Como funciona a doação?

No Brasil, a doação de coração depende exclusivamente da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica. A morte encefálica é definida como “morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas”, ou seja, é permanente é irreversível, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).

Uma das dificuldades para o transplante do coração está justamente na decisão da família do doador. O índice de rejeição à doação de órgãos no país é historicamente alto: 43%, segundo o Ministério da Saúde.

Um único doador morto pode salvar mais de oito vidas. É possível doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.

Exames obrigatórios. Uma vez autorizada a doação, é realizada uma coleta de sangue para a análise da presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose. Depois das avaliações, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada de órgãos.

Entenda mais sobre os critérios para doação de órgãos

Para o transplante ocorrer, o médico precisa cadastrar o paciente na lista única, que é totalmente controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Além disso, os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.Continua após a publicidade Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, mas pacientes que quiserem podem realizar o procedimento na rede particular, com seu médico de preferência. Independentemente da escolha, a captação do órgão continua sendo feita pela rede pública.

“A fila de transplante é uma fila comum, independentemente se o paciente entrou nela pelo SUS ou pelo convênio. Há critérios bem definidos para determinar quando chegará a vez do paciente. O critério-base é o tempo de fila. Porém, há algumas situações nas quais o paciente não consegue esperar e precisa passar na frente, sempre por gravidade”. Guilherme Viganó, médico cardiologista.

A doação de alguns órgãos pode ser feita por um doador vivo, mas a maioria vem apenas de uma pessoa já morta. Neste caso, a família do possível doador deve autorizar o procedimento.

Após a autorização, é realizado exame de sangue para detectar presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose, além dos exames gerais de avaliação do fígado e rins principalmente.

A doação também é descartada com a presença de alguns tipos de tumores malignos, doenças infecciosas graves e doenças infectocontagiosas.

Apenas depois da confirmação de que os órgãos estão saudáveis, o doador é encaminhado para cirurgia de captação.Continua após a publicidade Em vida, uma pessoa pode doar um rim, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão (em situações excepcionais).

Já um doador falecido pode ajudar mais de oito pessoas, doando coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.

A lista registrada pelo SUS segue ordem cronológica de inscrição, mas existem outros critérios além do tempo de fila, como a gravidade do caso e compatibilidade sanguínea e genética com o doador.

Quando um órgão é doado, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e vai à lista de espera para selecionar os pacientes mais compatíveis.

Fonte:

F

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