Ibovespa abre em alta em dia marcado por dados positivos da indústria no Brasil e ‘payroll’ abaixo do esperado nos EUA

Como pano de fundo a alta do índice, estavam as commodities em patamar de estabilidade, os dados positivos da indústria no Brasil e a curva de juros se fechando. Com isso, as atenções da bolsa voltavam para os ativos ligados à economia local

Dólar cai abaixo de R$ 4,70 e mantém tendência de queda do DI

A trajetória de apreciação da taxa de câmbio prossegue no pregão de hoje e o dólar comercial cai abaixo de R$ 4,70, levando à continuidade da retirada do prêmio da curva de juros. As taxas futuras dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) operam, assim, em quedas que alcançam os 20 pontos-base (0,2 ponto percentual) contra o ajuste anterior. Agentes financeiros também continuam se ajustando à sinalização de fim do aperto monetário.

Por volta de 12h55, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía de 12,73% no ajuste de ontem para 12,67%; a do DI para janeiro de 2024 diminuía de 12,06% para 11,94%; a do DI para janeiro de 2025 tinha forte queda, de 11,42% para 11,24%; e a do DI para janeiro de 2025 se reduzia de 11,22% para 11,06%.

XP revisa projeção e enxerga Ibovespa a 130 mil pontos ao final de 2022

Guerra e menor demanda doméstica prejudicam indústria em 2022, diz XP

O crescimento da produção industrial brasileira, de 0,7% entre janeiro e fevereiro, veio ligeiramente acima da estimativa da XP Investimentos, que projetava alta de 0,6%. Para março, a estimativa preliminar da corretora é de queda de 0,4%, no mesmo critério, com recuo de 2,4% na comparação interanual.

Em linhas gerais, diz a XP em boletim divulgado hoje, não se espera recuperação consistente da indústria brasileira nos próximos meses. O economista Rodolfo Margato destaca que a escalada do conflito militar na Ucrânia adiciona pressão sobre custos de produção e deve postergar a normalização das cadeias de suprimentos globais.

“Ademais, a demanda doméstica tende a encolher ao longo de 2022, refletindo o aperto das condições monetárias e a trajetória de queda da renda real do trabalho.”

Ações da Cielo e Méliuz disparam

Confira as principais oscilações do pregão desta sexta-feira:

• Cielo ON: Dispara 8,68%, liderando os ganhos e mantendo a volatilidade do papel
• Méliuz ON: Salta 8,98%, se aproveitando do fechamento da curva de juros
• Magazine Luiza ON: Avança 7,04%, refletindo a melhora na percepção local
• Banco Inter units: Ganha 6,79%, em linha com melhora local
• Gol PN: Cresce 6,34%, refletindo uma diminuição no patamar dos preços do petróleo
• Vale ON: Alta de 1,60%, com o minério de ferro se mantendo com cotação elevada
• Cemig ON: Cai 0,92%, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior
• Klabin units: Perde 1,00%, conforme exportadoras passavam por correção com o dólar
• Marfrig ON: Cede 1,87%, em linha com correção do dólar

Demanda fraca, juros e inflação atuam contra indústria em 2022, diz Goldman Sachs

A atividade industrial aumentou 0,7% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, mas ainda se espera que o setor industrial enfrente ventos contrários no futuro, devido a condições financeiras mais apertadas, com maior taxa de juros, demanda fraca à medida que a inflação corrói a renda disponível real, descompassos persistentes na cadeia de suprimentos e alta nos custos de logística, energia e outros insumos.

Essa é a análise de Alberto Ramos, economista-chefe da Goldman Sachs, em boletim divulgado nesta manhã. Com o resultado de fevereiro, o banco calcula que o carregamento estatístico para o crescimento da produção industrial no primeiro trimestre de 2022 é de zero, na margem, com ajuste sazonal. Para o ano como um todo, o efeito é de queda de 1,6%.

Dólar comercial atinge R$ 4,69 com dados de emprego nos EUA

O dólar comercial opera em forte queda nesta manhã, com o mercado reagindo aos dados mais fracos do mercado de trabalho divulgados mais cedo, que influenciam a perspectiva sobre os juros dos EUA.

Dólar comercial cede 1,25%, cotado a R$ 4,6999

Os dados de emprego acentuaram a queda do dólar por aqui. Foram geradas 431 mil vagas de emprego em março, bem abaixo da mediana das expectativas do mercado, de 490 mil. Mas a taxa de de desemprego americana recuou mais do que o nível esperado de 3,7%, para 3,6% (de 3,8% em fevereiro).

“Como o indicador veio mais fraco que previsto, o mercado tira pressão de aumento de taxa de juros nos EUA, o que beneficia ainda mais a nossa taxa de câmbio”, disse Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.

Alta do real e valorização da bolsa ainda podem ter ‘caminho longo pela frente’, diz Kinea

O Brasil emerge como um dos principais beneficiários da “arrumação” dos ativos financeiros globais no mundo pós-guerra, principalmente pela sua posição de exportador de commodities, do aperto monetário e do relativo isolamento aos impactos negativos do atual conflito na Ucrânia.

A avaliação é da Kinea Investimentos, empresa de gestão de recursos controlada pelo Itaú Unibanco, que diz que ainda pode haver um “longo caminho pela frente” na valorização de ativos domésticos, como bolsa e real, devido aos “valuations [múltiplos] ainda bastante descontados”.

Alta da indústria em fevereiro não muda cenário negativo para 2022, diz Ativa

Com resultado levemente acima do esperado, a produção industrial de fevereiro não chega a surpreender e não muda perspectiva negativa para o setor no decorrer de 2022, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

A economia está longe de mostrar “força exacerbada” no decorrer de 2022, diz ele, principalmente no setor industrial. Para Sanchez, as recentes medidas de redução tributária, como o corte linear de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode estimular alguns setores e ter efeito nos preços.

“Mas a demanda doméstica crescente, que é o que estimula produção, não está acontecendo”, diz, em razão da renda que não vem ganhando tração, com crescimento lento do emprego e cenário de juros altos fazendo maior diferença no consumo a partir do segundo semestre.

BC americano adotará muitos aumentos nas taxas neste ano, diz presidente do Fed de Chicago

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Charles Evans, disse na sexta-feira que o banco central dos Estados Unidos está a caminho de “muitos” aumentos nas taxas, enquanto trabalha para reduzir os altos níveis de inflação. As informações são da agência Dow Jones.

“Dada toda a incerteza que enfrentamos hoje, os formuladores de políticas precisam ser cautelosos, humildes e ágeis enquanto navegamos no curso à frente”, disse Evans no texto de um discurso.

“A política monetária não está em um curso predefinido: a decisão de cada reunião [do Comitê Federal de Mercado Aberto, o Fomc] será baseada em uma avaliação das condições econômicas e financeiras da época, bem como dos riscos para as perspectivas”, disse ele.

Bolsas dos EUA operam mistas em sessão marcada por dados de emprego

Os três principais índices acionários de Wall Street operam sem uma direção definida na manhã desta sexta-feira, dia marcado pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos.

• Dow Jones: -0,13% (34.631 pontos)
• S&P 500: +0,04% (4.532 pontos)
• Nasdaq: +0,32% (14.266 pontos)

Dados do Departamento de Trabalho americano mostraram que em março os EUA criaram 431 mil vagas, enquanto o esperado por economistas controlados pelo “The Wall Street Journal” era uma criação de 490 mil vagas.

Para Ian Lyngen, do banco canadense BMO Capital Markets, “esse é um relatório do payroll extremamente consensual sobre o Fed se manter no caminho certo para aumentar 0,50 ponto percentual em maio”.

FOTO DO MERCADO 11H33: Ibovespa opera em alta em sessão positiva para os mercados

O Ibovespa tem alta firme nos primeiros negócios do pregão desta sexta-feira, com investidores globais digerindo uma leitura abaixo do esperado do “payroll” e sinais de um possível abrandamento no conflito entre Rússia e Ucrânia. Localmente, agentes avaliam ainda dados de produção industrial.

• Ibovespa salta 1,13%, aos 121.353 pontos

Os preços do petróleo oscilam entre margens estreitas na sessão, antes de uma reunião dos países-membros da Agência Internacional de Energia, na qual os principais importadores globais devem discutir novas liberações das reservas estratégicas. Petrobras ON e PN subiam 0,94% e 0,51%.

As empresas ligadas às commodities metálicas também têm performance positiva, refletindo o patamar elevado dos produtos brutos. Vale ON ganhava 1,58%, CSN ON registrava alta de 1,34%, Usiminas PNA subia 0,21% e Gerdau PN melhorava 0,49%.

Matheus Prado, Valor PRO

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11H26: Dólar comercial recua 1,34%, cotado a R$ 4,69

Minério de ferro sobe 1% no norte da China, para US$ 159,85 a tonelada

O minério de ferro marcou a sexta alta consecutiva no mercado à vista e encostou em US$ 160 por tonelada nesta sexta-feira, embalado pela expectativa de novas medidas de estímulo à economia chinesa.

No norte da China, o minério com teor de 62% de ferro subiu 1%, para US$ 159,85 por tonelada, segundo índice da Platts, da S&P Global Commodity Insights.

Com isso, os ganhos acumulados pela principal matéria-prima do aço em 2022 chegam a 34,3%.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, para setembro, encerraram o dia com alta de 3,5%, a 926 yuan (US$ 145,51) por tonelada.

Segundo a consultoria Mysteel, a demanda e a oferta de minério no mercado chinês devem crescer em abril, mas a aceleração recente dos preços começa a preocupar traders e usinas siderúrgicas.

Estrangeiros têm superávit de R$ 91,12 bilhões na B3 em 2022

Os investidores estrangeiros aportaram R$ 1,48 bilhão em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na quarta-feira, dia 30 de março, sessão em que o Ibovespa fechou em alta de 0,20%. Com isso, o acumulado mensal atingiu R$ 28,50 bilhões e o anual subiu para R$ 91,12 bilhões.

Também no dia 28 de março, o investidor pessoa física sacou R$ 416,4 milhões líquidos na B3, ampliando seu déficit mensal para R$ 11,10 bilhões e o anual para R$ 25,87 bilhões.

Já o investidor institucional retirou R$ 1,18 bilhão no mesmo dia, ampliando seu saldo negativo para R$ 72,42 bilhões em 2022 e R$ 20,55 bilhões em março. As informações foram divulgadas pela B3.

O principal índice da bolsa brasileira abriu em alta de 0,64%, aos 120.768 pontos. Como pano de fundo, estavam as commodities em patamar de estabilidade, os dados positivos da indústria e a curva de juros se fechando. Assim, as atenções da bolsa voltavam para os ativos ligados à economia local.

Lá fora, a divulgação do relatório do mercado de trabalho americano, o “payroll”, exibiu uma geração de vagas abaixo do esperado.

Matheus Prado, Valor PRO

O dólar comercial estendia a trajetória de queda no início do pregão desta segunda-feira e recuou até R$ 4,69 na mínima do dia, enquanto os juros futuros abriram os negócios perto da estabilidade, conforme agentes do mercado avaliavam os dados mais fracos do que o esperado do relatório de mercado de trabalho americano (payroll).

Por volta de 9h40, o dólar comercial diminuía 1,37%, para R$ 4,6939, perto da mínima de R$ 4,6904. A moeda americana, deste modo, já acumula perdas de 16% em 2022.

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Ibovespa abre em alta

O Ibovespa futuro para abril abriu em alta de 0,62%, para 121.200 pontos. Nesta sexta-feira, o mercado monitora de perto a greve dos funcionários do Banco Central e reajuste dos servidores públicos, que pode mexer com as contas do governo e, consequentemente, com os riscos dos ativos brasileiros. Lá fora, a sexta-feira é marcada por indicadores de inflação nos Estados Unidos e Zona do Euro e da indústria em países da Zona do Euro, além de China e Rússia.

Juros e câmbio respondem ao ‘payroll’

O payroll de março nos Estados Unidos, que pode influenciar as apostas para a condução de política monetária pelo Federal Reserve (Fed), deve temperar o andamento dos negócios domésticos. Os juros futuros, que tiveram em março uma tendência de “fechamento” (queda), têm o potencial de iniciar abril se ajustando em alta, na esteira do avanço dos rendimentos dos Treasuries em meio às perspectivas “hawkish” (conservadoras) para o Fed.

Nesta manhã, o yield da T-note de dois anos cresce cinco pontos-base, para 2,396%; já o rendimento do Treasury de dez anos aumentava sete pontos-base, a 2,41% — a divulgação do payroll ocorre em meio ao aumento de discussões sobre recessão nos EUA, após a breve inversão da curva de juros no país.

Fonte: Valor Investe