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quinta-feira, 21/11/2024

Crianças mais velhas tiveram que mover o corpo da própria mãe para conseguir retirar a bebê dos destroços do avião na Colômbia

Quatro crianças sobreviveram a um acidente de avião no dia 1° de maio e passaram 40 dias perambulando pela mata fechada. Foram encontradas desnutridas, mas estão fora de perigo.

O Fantástico está na Colômbia para mostrar os detalhes de uma história emocionante — e improvável. Terminou na última sexta-feira (9) a busca pelas quatro crianças indígenas que estavam perdidas na Amazônia colombiana.

Elas sobreviveram a um acidente de avião no dia 1° de maio e passaram 40 dias perambulando pela mata fechada. Foram encontradas desnutridas, mas estão fora de perigo.

Militares e indígenas se embrenharam na floresta, numa expedição acompanhada pelos colombianos com um misto de angústia e esperança. O repórter Carlos De Lannoy foi a Bogotá e San Jose del Guaviare, conversou com parentes das crianças e também com o comando da operação.

“Podemos dizer que a menina, a mais velha, é uma heroína, porque foi capaz de cuidar e proteger seus irmãozinhos”, diz o líder indígena Giovanni Yule, que ajudou a organizar a mobilização nacional de buscas pelas crianças.

Soleini, de nove anos, Tien, de quatro, e Cristin, que completou um ano, no meio da mata, durante a odisseia que parou a Colômbia. Hoje estão bem, graças à liderança e à coragem da irmã mais velha, Lesly Mucutuy, de 13 anos.

Sergio París Mendoza, diretor da Autoridade Aeronáutica Civil da Colômbia, revelou ao Fantástico que as crianças mais velhas tiveram que mover o corpo da própria mãe, que morreu no acidente, para conseguir retirar Cristin, de um ano, dos destroços do avião.

“A criança indígena, mais velha, conseguiu ver o movimento dos pés da bebê, e a tirou. Estava entre o corpo da mãe e do piloto. E deixaram a aeronave”, conta Sergio.

A queda do avião

No dia 1° de maio, o avião tinha decolado de manhã cedo do aeroporto de Araracuara, a quase 620 quilômetros ao sul da capital do país, Bogotá, com destino a San José del Guaviare. A bordo, os quatro irmãos, a mãe deles, o ativista indígena Hermán Mendoza Hernandez e o piloto, Hernando Múrcia Morales.

Segundo as investigações preliminares, o avião estava a 50 metros do solo, quando atingiu árvores e caiu. A aeronave só viria a ser encontrada quinze dias depois, assim como os corpos dos três adultos. As crianças tinham desaparecido.

“Infelizmente, a cadeira onde a mãe estava se desprende com o impacto e cai contra o corpo do piloto. A cadeira onde estava a filha maior e os menores atrás está absolutamente intacta, não se desprendeu”, completa Sergio.

O que as crianças contaram

Neste domingo (11), o pai das crianças contou que a mãe delas ainda ficou viva por alguns dias, após a queda. “A menina me contou que a mãe esteve quatro dias viva. Antes de morrer, a mãe lhes disse ‘vão embora'”, relembra.

No sábado (10) o general Pedro Sanchez disse que inicialmente elas comeram três quilos de farinha de mandioca que havia no avião e depois sobreviveram à base de frutas silvestres.

Nas buscas, os resgatistas chegaram a usar mensagens gravadas pela avó: “Fiquem parados porque o Exército está buscando vocês.”

“Elas contaram que tiveram muito medo, muito medo. Escutavam o helicóptero, escutavam as buscas, escutavam os áudios enviados pela minha irmã”, conta o tio avô Fidencio Valencia.

“Elas sobreviveram comendo frutas silvestres, bebendo água, mas com o tempo foram se sentindo muito frágeis. E foi assim que elas decidiram parar. Quando tentavam caminhar, já não conseguiam mais seguir adiante. E foi por isso que conseguiram encontrá-las”, completa Fidencio.

Fonte:G1

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