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quinta-feira, 2 maio, 2024

Adolescente resgatada diz que era obrigada a fazer até 16 programas por noite em garimpos na Terra Yanomami

Menina relatou ao Conselho Tutelar rotina de exploração sexual após ser atraída com promessa para trabalhar como cozinheira na Terra Yanomami. Ela foi resgatada pela Polícia Federal durante fiscalização a barcos de invasores no rio Mucajaí.

Além das violências sofridas pela menina, a PF investiga a organização criminosa envolvida na cooptação de mulheres e adolescentes para se prostituírem nas áreas de garimpo de Roraima.

O delegado responsável pelo procedimento de resgate da menina, Marco Bontempo, disse à Rede Amazônica esta foi a primeira vez que ficou tão evidente a logística utilizada para exploração sexual na Terra Yanomami.

“Existe um esquema logístico dentro do garimpo que passa pela etapa de cooptação dessas jovens, por rede social e outros meios, até o transporte delas de barcos ou aéreo”, disse ele, acrescentando que:

“A PF já tinha conhecimento de ‘cabarés’ no garimpo, mas essa é a primeira vez que identificam uma logística tão estruturada, e que é uma das logísticas que mantém o garimpo”, disse o delegado do caso.

Franco disse  que a menina relatou que era constantemente ameaçada. Caso ela decidisse sair do território sem a autorização, não receberia nada em dinheiro – e foi o que ocorreu.

“No caso dela, ela ficou por mais de um mês, foi ameaçada para que não procurasse a polícia, se não, eles sabiam onde ela morava e iriam executar ela e a família”, disse Franco.

Ainda de acordo com o conselheiro, a menina afirmou ter visto várias outras adolescentes, também vítimas de prostituição.

“Quando ela chegou lá, viu que tinham várias outras adolescentes, de 15, 16, 17 anos. E, em determinando momento, eles retiram essas adolescentes dos cabarés e encaminham para outros cabarés, como se fosse um rodízio. Lá elas são ameaçadas constantemente, e eles falam que só vão receber no final, quando voltar”.

Ela, segundo Franco, só conseguiu sair da região com ajuda de um barqueiro, a quem ela pediu carona. A menina foi ouvida pela PF e Conselho Tutelar ainda na madrugada de terça-feira (14), quando foi resgatada.

Agora, o Conselho vai encaminhá-la para atendimento psicológico e atuar para garantir a proteção, como fazer a matrícula dela em escola, e encaminhar ela e a família para algum projeto social e de renda.

“Vamos aplicar as medidas de proteção que são: requisitar uma vaga escolar, oportunidade de projeto social, requisitar atendimento psicológico para adolescente e para a família, requisitar benefícios, averiguando a situação socioeconômica da família, porque ela disse que teve que ir porque chegava a faltar alimento em casa”, pontuou o conselheiro.

Durante o período de cerca de 30 dias no território, a menina disse ao conselheiro que ficava nos acampamentos dos garimpeiros e via muita gente armada. A açãoda PF na abordagem do barco em que ela estava teve a participação do Ibama, Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública, Funai e PRF.

Fonte: G1

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