Cantor Rodriguinho teve crise de choro no “BBB 24” na terça (27), dia em que completou 46 anos. Especialista diz que sentir-se triste no aniversário é comum e dá dicas sobre como lidar.
Por g1
O cantor Rodriguinho completou 46 anos de idade nesta terça-feira (27), mesma data em que disputou seu primeiro paredão do “BBB 24” contra os participantes Fernanda e Lucas Henrique.
Horas antes da decisão do público, o brother viveu uma crise de choro, foi consolado pelos aliados na casa, parabenizado por adversários como Bia e Isabelle, e ainda recebeu um bolo de Davi, considerado seu maior inimigo no jogo.Apesar do dia do aniversário ser aguardado por muitos, episódios de tristeza e choro são bastante comuns na data. É o que explica a psicóloga Anne Crunfli, especializada em transtornos de ansiedade pela Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ela explica por que datas comemorativas tendem a deixar as pessoas mais sensibilizadas.
“Datas comemorativas em geral intensificam as emoções. Há pessoas como o Rodrigo, que ficam fragilizadas por estarem ficando mais velhas”, explica.
No caso do cantor, possivelmente a data em si associada ao fato de estar isolado em uma casa há mais de 50 dias, longe de familiares e amigos, desencadeou a crise de choro.
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A psicóloga ainda acrescenta que o fenômeno pode, inclusive, piorar quadros clínicos, como ansiedade e depressão: “A depressão incapacita a pessoa, deixando-a apática, e no aniversário pode cair a ficha dessa não construção, não produtividade”.
Crunfli complementa que, no caso de pacientes que já estão lidando com a depressão, o aniversário pode fazer com que a pessoa se veja confrontada com uma ideia de rejeição.
“A pessoa sente-se desesperançosa, rejeitada, abandonada, não apreciada. Datas comemorativas como o aniversário intensificam esses sentimentos. Pessoas depressivas desejam intensamente a intimidade, mas não conseguem construir vínculos.”
A psicóloga ressalta que uma data isolada não levaria à depressão. A condição tem relação com vários fatores, como predisposição genética, história de vida da pessoa, se passou por muitas perdas ou foi exposta a algum trauma, por exemplo.
“O que pode ocorrer é uma desregulação pontual de humor, a pessoa começar a ser ‘invadida’ por pensamentos disfuncionais, por exemplo: ‘estou velho(a), minha juventude está acabando, minha vida não tem mais graça, agora só resta doença e mais doença’. Esses pensamentos pessimistas e negativos levam à desesperança, desamparo e tristeza pontuais”, explica Crunfli.
Para quem se sente ansioso ou tem aversão ao próprio aniversário, Crunfli dá dicas de como se preparar para lidar com a data. Entre elas:
- Não forçar interações sociais não desejadas e respeitar as emoções.
- Fazer caminhadas ao ar livre.
- Fazer exercícios de respiração, com inalações prolongadas.
- Perceber as próprias emoções, e entender que elas “surgem, crescem, atingem um ápice e depois acalmam e se dissipam”.
- Para a rede de apoio, ou seja, pessoas que não possuem, mas convivem com uma pessoa com depressão, é importante estar presente, sem julgamentos ou cobranças, apenas acolhendo e respeitando a dor do outro.
- Fonte: G1