Pai da mulher morreu ao tentar defender a filha dos disparos, em Goiânia. Três acusados de executar o crime também foram condenados.
Por Gustavo Cruz, g1 Goiás
O detento Lucas Raphael Dionísio Bento foi condenado a 16 anos de prisão por mandar matar a ex-mulher, em Goiânia. Na ocasião, o ex-sogro do condenado morreu ao tentar defender a filha, que foi alvejada enquanto amamentava. Os três acusados de executar o crime também foram condenados.
Não conseguiu contato com a defesa de Lucas Raphael até a última atualização desta reportagem. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que não recorrerá da sentença, divulgada na segunda-feira (26).
O crime aconteceu em novembro de 2017, no Setor Jardim Itaipu, em Goiânia. Na ocasião, o pai da jovem morreu após levar um tiro nas costas ao tentar defender a filha, que foi assassinada três anos depois.
De acordo com a denúncia, Lucas premeditou o crime e encomendou a morte da mulher enquanto estava preso, por deduzir que ela tinha grande conhecimento sobre sua vida criminosa e não aceitar o fim do relacionamento, além do valor de R$ 28 mil que a vítima o devia.
Segundo a sentença, os réus Thiago da Silva Oliveira, Wanderson Costa de Abreu e Matheus Ferreira Messias foram contratados para executar crime. A investigação apontou que Wanderson dirigiu até a casa da vítima, levando Thiago, que foi responsável pelos disparos. Matheus foi responsável por fornecer a arma utilizada no crime.
Condenações
Segundo o MP-GO, os condenados deverão cumprir as penas em regime fechado:
Thiago da Silva Oliveira: condenado a 26 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e homicídio tentado qualificado.
Wanderson Costa de Abreu: condenado a 8 anos e 4 meses de reclusão por tentativa de homicídio qualificado.
Matheus Ferreira Messias: condenado a 8 anos e 4 meses de reclusão por tentativa de homicídio qualificado.
Lucas Raphael Dionísio Bento: condenado a 16 anos e seis meses de prisão pelo crime de tentativa de feminicídio.
Não conseguiu contato com a defesa dos condenados até a última atualização desta reportagem.
Baleada enquanto amamentava
O crime aconteceu em 9 de novembro de 2017. O delegado Dannilo Proto, adjunto da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) e responsável pelo caso, disse à época que a casa foi invadida pelos criminosos.
“O Matheus ficou no carro na porta e os outros dois pularam o muro. A vítima estava amamentando o filho. Primeiro, eles pediram o celular, que foi entregue. Em seguida, Thiago, que estava com a arma, deu três tiros, acertando dois nela. O pai dela tentou intervir e foi baleado nas costas”, disse.
O pai da jovem morreu no local. Ela foi socorrida, ficou uma semana internada e recebeu alta à época.
Segundo o delegado, em depoimento, os jovens detidos confessaram que obedeceram a uma determinação Lucas Raphael.
“Segundo os três executores, o motivo do crime foi porque a mulher do Lucas tinha informações relativas ao tráfico de drogas e não tinha mais interesse em ficar com ele. Diante disso, ele demandou a execução como uma queima de arquivo. Inclusive, eles poderiam até matar a criança, se fosse o caso”, disse o delegado.
Todos os suspeitos foram presos enquanto trabalhavam. Thiago e Wanderson vendiam melancias. Já Matheus era funcionário de uma loja de peças automotivas.
“Eles afirmaram que receberiam R$ 2,5 mil para cometer o crime e o dinheiro seria dividido entre os três. Porém, como a mulher não foi morta, o pagamento não foi feito”, afirma o delegado.
Segundo a Justiça, três anos depois, Lucas encomendou novamente a morte da ex, que foi executada. Por esse crime, Lucas Raphael ainda não foi julgado.