Reação ocorreu após magistrada indeferir um pedido de habeas corpus da cliente dele, em Goiânia
Francisco Costa Goiânia , Go
O advogado de Goiânia, que pediu adiamento de uma audiência para poder fazer sexo com uma garota de programa intitulada Paloma para tratamento de “Covid Longo”, ofendeu, há alguns meses (dezembro de 2022), uma desembargadora. O jurista comparou a mulher a um jumento depois dela indeferir um pedido de habeas corpus da cliente dele, em Goiânia.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás informou que os casos “serão objeto de análise, por meio do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), que observa com rigor o sigilo legal dos seus procedimentos”. Advogado da desembargadora, Felipe Crosara, que faz parte da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), afirmou ao G1 que “esse tipo de agressão não contribui para o Judiciário, colocando em xeque a própria advocacia. A população precisa do Judiciário e atos como esse tentam apenas descredibilizar a instituição”.
A Asmego, além de repudiar o ocorrido em nota , informou que entrou com representação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estadual e federal. Na demanda, a Associação pede a suspensão do direito de advocacia do advogado. “A Asmego não tolera e nem admitirá desrespeito ao trabalho dos magistrados de Goiás.”
Em relação a fala do jurista, ele teria dito que a desembargadora “entende tanto de matéria de Direito quanto um jumento entende te viagem espacial”. E, ainda, que ela se ocupasse de “preparar pastel na feira, de madrugada, com caldo de cana”. Como mencionado, a reação ocorreu após pedido para que a cliente fosse colocada imediatamente em liberdade ou em prisão domiciliar.
Ao indeferir a demanda, que foi feita pela cliente do advogado, que também é jurista, a desembargadora deu uma decisão de quatro páginas pedindo mais informações. “Para o deferimento da medida, a boa prudência recomenda que os requisitos sejam valorados, também, com base nas informações que a autoridade indigitada coatora vier a prestar”, escreveu.
Em relação ao pedido para adiar a audiência, este ocorreu na quinta-feira (23). De acordo com o advogado, a agenda da profissional Paloma é “disputadíssima”, o que torna inviável o adiamento desse “tratamento terapêutico”. “Razão pela qual, torna-se indispensável o adiamento da audiência de instrução e julgamento designada para a data deste dia.”
“Apesar de ser óbvio que na cidade de Goiânia o que mais tem é mulher, não se caracterizando, portanto, ausência de condições para o tratamento médico exigido para o caso do ora Querelado, é certo que, para um prazer verdadeiro e condizente com o que se espera para a pronta e necessária recuperação deste Querelado, há de ser submetido aos cuidados personalíssimos da extraordinária Paloma, a fim de ser alcançado o resultado que se espera”, completou em trecho do pedido.
Fonte: Mais Goiás