Informação foi revelada pela Unisagrado, universidade particular de Bauru (SP), onde caso aconteceu
As três estudantes que gravaram um vídeo onde debochavam e praticavam etarismo contra a aluna Patrícia Linares, de 45 anos, na faculdade Unisagrado, em Bauru (SP), pediram desligamento do curso de Biomedicina após a repercussão do caso, que tem gerado grande comoção.
A informação é da própria instituição que, em nota enviada nesta quinta-feira (16) à reportagem, comunicou que “foi instaurado um processo disciplinar e, durante, as três estudantes solicitaram a desistência do curso”, fazendo com que o processo fosse finalizado.
“Como se desmatricula um colega de sala? gente, com 40 anos não pode fazer faculdade“, dizia uma das garotas em gravação publicada por elas nas redes sociais. “Com 40 anos já era pra estar aposentada“, debochava outra. O caso gerou grande comoção em todo o país e, também, uma rede de solidariedade e apoio a Patrícia, comerciante que lutou para conseguir realizar o sonho de cursar o Ensino Superior
Na terça-feira, ela comemorou o aniversário de 45 anos com uma homenagem feita por outros alunos da instituição, que se comoveram com os ataques praticados contra ela
Na terça-feira, Patrícia contou sobre o momento em que ficou sabendo que havia sido vítima de etarismo, praticado por outras estudantes mais jovens.
— Na quinta-feira à noite, no intervalo da aula, algumas meninas que não conheço me abordaram porque queriam falar de um vídeo sobre mim — relembra Patrícia, que, ao saber do teor do story, conta que preferiu não ver. — Eu disse que não queria ver o vídeo, mas acabei vendo. Estava entrando no laboratório. Fiquei muito abalada, me pegou de surpresa.
Mas Patrícia não deixou se abater. Ela diz que hoje vê que a posição em que esteve, como alvo de preconceito, é uma oportunidade de reflexão.
— Ainda não digeri as palavras que elas disseram, porque nem tive muito tempo para fazer isso desde que tudo explodiu. Tenho recebido relatos do Brasil inteiro, de pais e mães de família de 60 anos e que são metralhados em sala de aula e dentro da própria família para que desistam dos seus sonhos. Isso é muito ruim tanto para o psicológico quanto para o físico — afirma. A estudante ainda diz que sua família deu apoio para ela, até mesmo antes de iniciar o curso: — Sou uma pessoa que tem uma base familiar muito grande. Minha mãe, minhas irmãs, meu esposo, todos me apoiam.
Fonte: Mais Goiás