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quinta-feira, 21/11/2024

Jogo: avalie 17 afirmações e veja se você está pronto para ajudar no combate à dengue no Paraná

Paraná confirmou 45.930 casos de dengue, principalmente, em cidades do norte e oeste. Estado é o quarto do Brasil em número de casos.

Por g1 PR — Curitiba

Uma infestação do escorpião-amarelo, o Tityus serrulatus, considerado o mais perigoso do Brasil, está sendo monitorada na cidade de Armação dos bozios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Ao Instituto Vital Brazil (IVB) informou que, só no começo de fevereiro, houve a captura de 200 escorpiões da espécie na cidade. Os animais coletados foram incorporados à criação do Laboratório de Artrópodes do instituto, sendo mantidos para pesquisa e extração de veneno.

Coleta de escorpiões após chamado de morador em região de vegetação em Búzios, na Região dos Lagos do Rio — Foto: Vigilância Ambiental da Prefeitura de Búzios

Coleta de escorpiões após chamado de morador em região de vegetação em Búzios, na Região dos Lagos do Rio — Foto: Vigilância Ambiental da Prefeitura de Búzios

Neste mês, agentes do IVB deram treinamento teórico e prático à equipe da Prefeitura de Búzios. Também houve a criação de fluxo de envio dos escorpiões coletados ao instituto, orientações à população e identificação das áreas infestadas, mapeamento que continua a ser feito pelo município.

Escorpião-amarelo tem a picada mais potente entre todos os escorpiões do Brasil — Foto: Vitor Corrêa Dias/iNaturalist

Escorpião-amarelo tem a picada mais potente entre todos os escorpiões do Brasil — Foto: Vitor Corrêa Dias/iNaturalist

O biólogo e coordenador do Laboratório de Artrópodes do Instituto Vital Brazil, Claudio Maurício Vieira, alerta que:

“Uma das estratégias essenciais que desenhamos para lidar com essa situação é o apoio teórico e prático às prefeituras para a identificação, prevenção e controle da proliferação de escorpiões. Isso inclui, por exemplo, a capacitação dos técnicos municipais de vigilância e agentes de saúde”, defende o biólogo.

Um levantamento do IVB mostra o alto número de acidentes com escorpiões e aranhas no Estado do Rio de Janeiro.

  • 2020 – 1.234 acidentes
  • 2021 – 1.219 acidentes
  • 2022 – 1.293 acidentes

Juntos, os acidentes com aranha e escorpião são os mais comuns no estado, correspondendo a 58,2% dos registros com animais peçonhentos.

Em Búzios, não houve registro de ataque neste ano. Segundo o Instituto Vital Brazil, o último pico na cidade ocorreu em 2019, com 19 acidentes envolvendo escorpiões. O dado é do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

Áreas com maior incidência em Búzios

O escorpião-amarelo, o Tityus serrulatus, é considerado o mais perigoso do Brasil — Foto: Instituto Vital Brazil

O escorpião-amarelo, o Tityus serrulatus, é considerado o mais perigoso do Brasil — Foto: Instituto Vital Brazil

A Vigilância Ambiental de Búzios disse que está intensificando o monitoramento, realizando busca ativa e que identificou cinco bairros com a maior incidência: Centro, Ferradura, João Fernandes, São José e Rasa.

O órgão esclareceu que não houve registro de ataque neste ano e nem caso de escorpião encontrado em residência, apenas em lotes e áreas com vegetação, menos povoadas, mesmo assim, alerta sobre os cuidados para que a infestação não avance, principalmente, no verão.

“As condições climáticas de calor e umidade típicas desta estação favorecem a proliferação desses animais, que também são impulsionados a procurar abrigo em áreas habitadas devido às chuvas”, esclarece.

A Vigilância alerta ainda que os escorpiões, conhecidos por se alimentarem de baratas e moscas, por exemplo, podem ser encontrados em áreas que atraem esses insetos.

“Evitar o acúmulo de lixo, manter as lixeiras fechadas adequadamente e a colaboração ativa de todos são ações essenciais para minimizar a presença desses animais em ambientes urbanos”, disse a Prefeitura, explicando ainda que vem orientando à população e divulgando informações também nos meios digitais oficiais do município.

Medidas preventivas, segundo o IVB:

  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas;
  • Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada; limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas;
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo; combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam; verificar a presença de aranhas em hortifrutigranjeiros;
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes para impedir o trânsito de aranhas pela residência.

Achei um escorpião, e agora?

Caso o morador de Búzios se depare com um escorpião, a Vigilância Ambiental da Prefeitura pede que ele faça o relato da presença de escorpiões pelo número (22) 2350-6010, ramal 6252, por onde ele também pode solicitar às devidas orientações. A Prefeitura ainda disponibiliza o seguinte telefone para a remoção de entulho nas ruas: (22) 981458666.

Sobre o escorpião-amarelo

Dos 182 escorpiões que ocorrem no Brasil, apenas quatro são perigosos, são eles: o escorpião-amarelo (T. serrulatus), o escorpião-amarelo-do-Nordeste (T. stigmurus), escorpião-marrom (T. bahiensis) e o escorpião-preto-da-Amazônia (T. obscurus).

Conheça os quatro escorpiões mais perigosos do Brasil — Foto: Fernando Daros

Conheça os quatro escorpiões mais perigosos do Brasil — Foto: Fernando Daros

Esses artrópodes são carnívoros e da mesma classe das aranhas. Com uma glândula de veneno, são considerados animais peçonhentos, com condições naturais para injetá-lo em presas e predadores. O veneno é considerado neurotóxico, pois o efeito vai além do local da picada, podendo ser sentido em todo o corpo.

Tityus serrulatus é o causador do maior número de acidentes no país. Eles medem de 5 a 7 cm e, apesar do nome, possuem o corpo escuro com as pernas amarelas. São capazes de se reproduzir por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de um macho”, explicou o estudante de biologia Fernando Daros em revista em janeiro deste ano . Daros mantém uma página dedicada à divulgação científica de aracnídeos.

Fui picado, e agora?

Apesar da possibilidade do veneno levar à morte, principalmente no caso de crianças e idosos, a maioria dos acidentes, quando devidamente tratados, não evolui para casos graves.

“A grande maioria dos acidentes com escorpiões, inclusive o amarelo, é leve, causando sintomas locais, como dor, edema e vermelhidão. No entanto, alguns casos podem ser mais graves, causando sintomas generalizados, como sudorese, náuseas, vômitos, dor abdominal e queda da pressão. Os mais vulneráveis são crianças e idosos, mas todo acidente com escorpião deve ser avaliado por um médico”, disse o Instituto Vital Brazil.

A recomendação, em caso de picada, é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo, onde a equipe médica avaliará o tratamento mais adequado, que pode incluir o uso do soro antiesco piônico. Caso seja possível, o escorpião, vivo ou morto, pode ser capturado e levado para o serviço de saúde para uma avaliação apropriada. Fotos do animal também podem ajudar na identificação da espécie.

O IVB disponibiliza , a liosta de pol de atendimento de atendimento para acidentes com animais peçonhentos. Na página tem o nome das unidades de saúde e soros disponíveis.

Fonte: g1

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