O delegado apontou que outras duas conhecidas da família também foram vítimas do homem. Outras duas pessoas foram indiciadas pelo mesmo crime após garotas participarem de projeto que combate abusos sexuais.
O motorista preso e indiciado por estuprar a enteada, a filha que teve com a vítima e outras duas conhecidas foi localizado com a ajuda de vídeos em uma rede social. Segundo a Polícia Civil, ele fazia constantes postagens, o que ajudou a descobrir onde o homem estava.
Os crimes foram descobertos em maio do ano passado, após algumas das vítimas assistirem palestras na escola, em Campo Limpo de Goiás, região central do estado, sobre abusos sexuais. Depois das denúncias, o homem passou alguns meses escondido.
“Conseguimos algumas informações de inteligência sobre o paradeiro dele. E ele mantinha, ainda, uma rede social ativa. Então, com isso, foi possível localizar, determinar onde ele estava”, disse o delegado André Fernandes.
O nome do indiciado não foi divulgado e, com isso, não consegui identificar a defesa dele até a última atualização dessa reportagem.
O suspeito trabalhava na época como motorista de ambulância da prefeitura. A administração municipal informou que ele foi exonerado após as denúncias.
Além dele, outros dois homens, de 52 e 67 anos, foram indiciados pelo mesmo crime, mas não tiveram a prisão pedida e estão respondendo em liberdade. Um deles teria abusado de uma das vítimas do motorista, enquanto o outro responde pelo estupro de uma quinta garota. Um deles é irmão do idoso preso.
Motorista suspeito de estuprar enteada, filha e outras duas conhecidas — Foto: Reprodução/Rede Social
O projeto Conscientização contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes aconteceram durante uma semana e foram feitas por uma Organização não Governamental (ONG), com apoio da PM, Conselho Tutelar e Juizado da Infância e Juventude. O evento foi organizado em conjunto pelas escolas públicas da cidade.
“É importante se falar sobre o assunto nas escolas. Diariamente, crianças e adolescentes sofrem abusos e não sabem que são vítimas. Elas acham que é apenas quando há a penetração, mas existem outras formas de abuso. Por isso, a importância de se falar sobre educação sexual e quebrar tabus”, disse o diretor do Instituto Family, Samuel Rolindo.
Em um primeiro momento, dez alunas chegaram a relatar para funcionários das escolas e palestrantes que foram vítimas do crime, que teriam sido cometidos por familiares.
Porém, durante a investigação, a polícia concluiu que cinco vítimas foram abusadas sexualmente.
Na época, a diretora do colégio, Paula Augusta do Nascimento disse que foi pega de surpresa com as denúncias e nunca imaginou que as alunas pudessem estar sofrendo esse tipo de crime. “Eu fiquei em estado de choque. Mas já passei nas salas, acalmei os alunos em relação ao que aconteceu e as aulas estão seguindo”, disse.
Fonte: Mais Goiás