Carro da funerária não conseguiu passar pois a ponte estava coberta por água da chuva
O Córrego Dantas, em Jussara, transbordou e obrigou uma família a cruzar a água com o corpo de um parente falecido nas mãos. Um vídeo mostra quando quatro homens suspendem a gaveta funerária acima dos ombros com água na altura dos joelhos para entregar o cadáver a cuidados funerários. O caso aconteceu na segunda-feira (16).
Moradora da região, Lorena Gonçalves, afirmou que o idoso José Machado da Costa morreu naquela madrugada, após passar um ano acamado com sequelas provocadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). De acordo com ela, o homem teve uma parada cardíaca na casa onde morava, na zona rural do município.
Assim que o idoso morreu, familiares acionaram serviços funerários que compareceram para buscar o corpo. Porém, no retorno, motorista e parentes se depararam com a cheia, relata Lorena. Desse modo, a empresa solicitou outro carro, que esperou até que os homens fizessem a travessia da região inundada à pé.
“Ele morreu de infarto durante a madrugada e não estava chovendo. Ligaram para a funerária e o carro passou enquanto não tinha chovido. Quando foram voltar com o corpo, começou a chover muito, e alagou totalmente a estrada e a ponte. A família e alguns vizinhos tiveram que carregar o corpo porque nenhum carro iria conseguir atravessar a ponte, tava muito cheia”, explicou a moradora.
Ponte já apresentava problemas
A situação causou constrangimento à família num momento de dor para os parentes, mas já provoca revolta na população há cerca de dois anos. “Nós já tentamos arrumar mais o menos aqui a ponte, colocar mais tábuas, colocar mais pedras. Mas como a ponte é baixa, a água passa por cima impedindo que as pessoas passem com o carro. O seu José, que morreu, tava acamado por aí 1 ano e 4 meses, as vezes quando chovia muito, tínhamos que passar ele na cadeira de rodas, carregando ele”, lamentou Lorena.
O secretário de Obras da Prefeitura de Jussara, Wed Vitor, disse à TV Anhanguera que a ponte do Córrego Dantas está em perfeito estado, mas, como a região é baixa e sofreu assoreamento por causa de um aterro, a água cobriu a estrutura. O secretário disse ainda que a solução é um desvio por uma área particular, que ainda depende de autorização do dono pra ser feito. Ele não deu uma data para quando isso pode acontecer.
Fonte: Mais Goiás